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terça-feira, 31 de julho de 2012

AS ONGs, AS MARCAS E O LUGAR COMUM


 (André Bürger, do Nós da Comunicação no Plurale Notícias) - Para o 50º Encontro Aberje-Rio, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial convidou para falar sobre marcas sociais e os desafios de comunicação e engajamento no relacionamento com ONGs o publicitário Fábio Campos, um dos fundadores do 'Ensina!'. A organização social dedica-se a reduzir as desigualdades educacionais, oferecendo aulas de reforço para estudantes do ensino fundamental da rede municipal do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que forma lideranças para o terceiro setor. "É um programa de trainee remunerado integrado a um trabalho social", explicou no evento realizado na quarta-feira, 28 de julho.

Segundo Fábio, para se destacarem, as organizações não-governamentais devem agregar boas histórias às suas marcas. "Muitas ONGs estão associadas a características como bondade, heroísmo, apelo à consciência social, envolvimento e caridade", contextualizou o publicitário, que também trabalhou na área de gestão de marcas da Oi e fundou, em 1998, o Invest, curso de pré-vestibular comunitário, vencedor do último prêmio Faz Diferença do jornal 'O Globo', na categoria País.

Citando o livro 'O herói e o fora da lei - Como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos', (Editora McGraw-Hill, 2003), Fábio acredita que as organizações devem se posicionar de acordo com alguns padrões simbólicos. Ele lembrou que a maior parte dos atores do Terceiro Setor como o WWF e o Criança Esperança possui o arquétipo do Prestativo. Destacou que existem exceções como o Greenpeace, que se posiciona como Revolucionário.

O objetivo do 'Ensina!' é se apresentar à sociedade com as características dos arquétipos do Explorador e do Criador. "Queremos ser uma organização que dá poder de criação e liderança aos participantes, por meio de uma experiência exploradora", comentou o cofundador da organização integrante da Teach for All, rede global voltada para educação, presente em mais de 19 países e com mais de 20 anos de experiência.

Com atividades iniciadas em fevereiro de 2011, o 'Ensina!' contratou como professores 30 trainees recém-formados de diferentes áreas. Enquanto dão aulas de ciências, matemática e português aos estudantes, de forma alinhada ao conteúdo oferecido pelas escolas, esses advogados, engenheiros, cientistas sociais e pedagogos, aprendem conceitos de gestão e liderança.

Fábio comentou os resultados nada positivos de uma recente pesquisa da Fundação Getulio Vargas, cenário que serviu de estímulo para o trabalho do 'Ensina!'. De acordo com o estudo, 39% dos estudantes acham que a escola não é interessante o suficiente para frequentá-la. Ao mesmo tempo, 30% largaram os estudos para trabalhar.

Com o objetivo de conquistar os alunos a ingressarem nos programas da ONG, são realizadas ações pontuais. Primeiro, são relacionados os pais dos alunos, principalmente aqueles com mais dificuldade de aprendizado. São feitas visitas às casas das famílias, exposição de cartazes e divulgação de vídeos nas escolas. A intenção é trabalhar a relação com os estudantes o ano inteiro.

"Para estimulá-los, visamos sempre reconhecer o desenvolvimento e os sucessos dos participantes. Como recompensa, realizamos excursões como visitas a exibições. Ano passado, eles foram à exposição sobre o músico Miles Davis, por exemplo. Não queremos que eles vejam essas atividades como um passeio de escola, mas como uma conquista", explicou.

Ao longo do ano, a organização também acompanha a trajetória dos trainees do programa, analisando seu desenvolvimento e dando sugestões de melhoramento. Periodicamente, tutores acompanham a realização das aulas e ao final dão feedbacks, tanto do ponto de vista didático e pedagógico, quanto do desenvolvimento pessoal.

"Apontamos se a pessoa está tendo dificuldade em lidar com conflitos ou está em dúvida sobre como se portar diante de determinada situação. A sala de aula é um microcosmo da sociedade. Lá, eles aprendem a identificar diferentes grupos sociais", disse. Para o publicitário, essa diversidade de públicos com os quais os recém-formados têm de conviver, possibilita o desenvolvimento do olhar do líder. "Nas empresas, é mais difícil obter esse cenário, pois nas organizações os públicos são mais parecidos. Ao mesmo tempo, hoje em dia, as companhias querem contratar líderes prontos", enfatiza o contra-senso.

DREAM VALLEY EM VÍDEO

O Dream Valley Festival, festival de música eletrônica que vai acontecer no Beto Carrero World, no litoral norte de Santa Catarina, dias 16 e 17 de novembro, já foi lançado e seu vídeo teaser chamou atenção. Com trilha exclusiva de Mario Fischetti, a atriz Tanisa Beck roubou a cena com sua beleza e expressões que deram vida a idéia do festival, que é encontrar-se a si mesmo no universo do vale dos sonhos. Gravado em Urubici, na serra catarinense - com temperaturas abaixo de zero, e no parque Beto Carrero World, no litoral de Santa Catarina, o vídeo é assinado pela Epic Studio, Kompakto e Marcca Comunicação. O Dream Valley Festival tem como parceiros o Green Valley, RBS Eventos e agencia 3plus.  Veja o vídeo em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HMaPhvG1gpw

PAÍS PRECISACOMBATER A POBREZA INTELECTUAL

(Heloisa Cristaldo  no Plurale Notícias) - Com o tema Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) abriu nesse domingo (22) a 64ª reunião da entidade. De acordo com a presidenta da SBPC, Helena Bonciani Nader, um dos desafios da reunião deste ano é encontrar caminhos para combater a pobreza intelectual.

“O que será discutido aqui não é só a pobreza no sentido socioeconômico, porque tirar da pobreza econômica não é difícil, isso está sendo feito. O que eu quero é um passo adiante. Daqui a quantos anos vamos ver essa população que precisa do Bolsa Família tendo seus filhos em escola de alta qualidade e com acesso à tecnologia que as classes mais abastadas têm? É isso que a gente quer para o Brasil, manter as pessoas com bolsa? Ou será que temos que dar para esses indivíduos a cidadania? A condição de ele poder ter o próprio trabalho?”, disse a presidenta da SBPC durante a abertura do evento.

Helena Nader reivindicou o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e a partilha de 50% do Fundo Social formado por recursos obtidos com a exploração de petróleo na camada pré-sal para investimentos em educação e ciência e tecnologia.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, destacou que é preciso incorporar os conhecimentos tradicionais aos sistemas de ciência, tecnologia e inovação, “assegurando aos seus detentores a divisão justa e equitativa de sua produção”.

Raupp ressaltou ainda que a contribuição da ciência não ocorre apenas dentro de laboratórios. “A tendência mundial é que a ciência e o cientista dêem uma colaboração maior na formulação de políticas públicas nas diversas áreas de atuação governamental.” O ministro engrossou a reivindicação dos recursos do pré-sal e estimulou a mobilização da comunidade científica. Além disso, destacou a realização do Fórum Mundial de Ciência, em 2013, no Brasil. "As discussões já começam em agosto deste ano, na cidade de São Paulo", disse.

Para o reitor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Natalino Salgado Filho, a ciência e o conhecimento são parte da solução para a desigualdade social. “A questão da pobreza é histórica e cultural. Vamos aliar o conhecimento cientifico aos saberes para trabalhar uma área de produção e, a partir daí, estimular as comunidades a industrializar seus conhecimentos tradicionais. A ciência é um instrumento de mudança para o povo brasileiro”, ressaltou.

Manifestantes grevistas chamaram a atenção ao interromper o início da solenidade. Com muito barulho, um grupo de professores e servidores da Ufma, em greve desde o dia 31 de junho, pediu espaço para expor os motivos da paralisação que já atinge 57 das 59 universidades federais de todo país. “Reivindicamos que governo respeite a educação e as propostas da categoria dos professores. Além disso, nos perguntamos se a educação, a universidade e a ciência, de fato, visam à erradicação da pobreza. Quantas conferências, mesas-redondas e trabalhos científicos contribuem efetivamente para a mudança da sociedade?”, questionou o representante do comando de greve e professor da área de educação da universidade, Rosenverck Santos.

Desde 1950, a SBPC homenageia anualmente cientistas que deram contribuições significativas para o desenvolvimento da ciência brasileira. Entretanto, nesta edição, a SBPC homenageou quatro ex-diretores que morreram em 2012: Aziz Ab'Saber, Gilberto Cardoso Alves Velho, Luiz Edmundo de Magalhães e Antônio Flávio de Oliveira Pierucci. A SBPC também homenageou o cientista e político maranhense Renato Archer, que morreu em 1996.

Premiação

Durante a abertura do evento, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) foi anunciada como ganhadora do 32º Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica 2012, na categoria Instituição e Veículo de Comunicação. Patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o prêmio é concedido anualmente a uma de suas três categorias: Divulgação Científica e Tecnológica, a um pesquisador ou escritor que atue como como divulgador da ciência; Jornalismo Científico, a um jornalista destaque da área, e Instituição, premiando a instituição ou o veículo de comunicação que mais apoiou a divulgação científica. Detalhes: http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/home/.

A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL
Está disponível para download gratuito o livro Alfabetização no Brasil: uma história de sua história, lançado pela Cultura Acadêmica Editora e organizado por Maria do Rosário Longo Mortatti, professora da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Marília.
A obra apresenta um conjunto das reflexões desenvolvidas durante o 1º Seminário Internacional sobre História do Ensino de Leitura e Escrita, realizado entre 8 e 10 de setembro de 2010 com a finalidade de congregar teóricos e grupos de pesquisa que desenvolvem trabalhos sobre a história da alfabetização.
Segundo Mortatti, a publicação surge num contexto em que a História da Educação se consolida como um campo do conhecimento no Brasil. Pesquisadores vinculados a diferentes programas de graduação se dedicam ao tema, com ênfase nos séculos 19 e 20, em diferentes contextos regionais e com base em diferentes fontes documentais, vertentes teóricas e abordagens metodológicas.
A publicação pode ser acessada em: www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/alfabetizacao.pdf.

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